[22-12-2015]
Fazer uma boa apresentação – seja para o chefe, para o subordinado, para o cliente ou para um auditório lotado – é decisivo para a carreira de alguém. É nisso que acreditam 87% das 562 pessoas ouvidas em uma pesquisa elaborada pela SOAP, empresa brasileira referência em produção de apresentações e capacitação de palestrantes, em parceria com o instituto Data Popular. Já 81% dos profissionais concordam que apresentações ruins podem prejudicar a trajetória profissional.
Participaram do levantamento executivos e funcionários de grandes companhias, de diversos setores. Entre os entrevistados, 7% ocupavam cargos de CEOs ou de vice-presidentes. O objetivo do estudo foi entender como os executivos, que participam de reuniões e fazem uso do Power Point em sua rotina de trabalho, encaram o impacto de sua comunicação no desenvolvimento da própria carreira e na dos colegas.
Expor ideias, defender projetos, motivar a audiência, ganhar uma concorrência ou simplesmente justificar uma planilha de custos passam, inevitavelmente, pela capacidade de influenciar, despertar empatia e ganhar a confiança do ouvinte. O “como” fazer isso pode ser tão importante quanto o “o quê” se tem a dizer.
“Em uma apresentação, a pessoa não tem uma segunda chance”, afirma o egenheiro Eduardo Adas, fundador e CEO da SOAP. “O ouvinte não diz: ‘Olha, não entendi direito, mas vamos marcar outra reunião na semana que vem para você apresentar de novo.” Por esse motivo, ele afirma que seu trabalho é ajudar os profissionais em “momentos decisivos”, seja ele uma reunião de orçamento com seu gestor, seja a venda de sua empresa para um grupo internacional, passando por qualquer outra decisão em que é fundamental convencer o interlocutor de algo importante para o negócio.
Na mesma pesquisa feita em parceria com o Data Popular, seis em cada dez pessoas afirmaram assistir a apresentações ao menos uma vez por semana, e 96% fazem apresentações dentro ou fora da empresa. No entanto, apenas 8% consideram as apresentações de sua empresa ótimas, e 65% dizem que poderiam ser melhores. Setenta e três por cento admitem que, em algumas circunstâncias, ficam inseguros antes de apresentações – especialmente os mais jovens.
Para 48% dos profissionais, apresentações corporativas remetem principalmente a Power Point. Sessenta e sete por cento, contudo, concorda totalmente que ainda que o conteúdo da apresentação seja bom, a performance do apresentador pode torná-la muito ruim. Adas concorda com a segunda afirmação. Por isso, seu método só envolve a utilização do programa no final do processo. “Setenta por cento do nosso trabalho é com o Power Point fechado”, diz ele. “Começar a montar uma palestra abrindo o Power Point é o mesmo que uma pessoa resolver fazer um filme, pegar a câmera e sair filmando. É preciso antes saber responder as seguintes perguntas: vai filmar o quê? Para quê?”.
> A seguir, algumas dicas do que não fazer em uma apresentação:
1. Não comece pelo Power Point
Ordenar o conteúdo da apresentação em slides é a última etapa da preparação de uma palestra, segundo Eduardo Adas, CEO da SOAP. “Esse é apenas um apoio”, afirma.
2. Não faça slides desconexos
Em vez de jogar frases que não necessariamente conversam com o slide seguinte, conte uma história, com começo, meio e fim.
3. Não vá despreparado
Segundo a pesquisa conduzida pelo Data Popular, 32% das pessoas levam até duas horas para apresentações importantes, e menos da metade (43%) dizem sempre fazer um roteiro antes.
Uma das etapas mais importantes do nosso trabalho é treinar o apresentador”, diz Adas. “Se ele não tiver familiaridade com o que vai dizer e não fizê-lo de maneira confiante, de nada adianta ter um Power Point ou qualquer outro apoio.”
Vale a mesma máxima que valia na escola: muito mais eficiente é entender o conteúdo da prova do que decorá-lo meia hora antes de ser desafiado. Quanto mais confiante de que sabe o que vai falar estiver o palestrante, maior suas chances de atingir os objetivos da apresentação.
4. Não use os mesmos meios para diferentes fins
De acordo com a pesquisa realizada pelo Data Popular, 64% das empresas oferecem um layout padrão para os executivos. Nesses casos, a maioria dos executivos utiliza o recurso. É claro que essa ferramenta é positiva e ajuda muitos profissionais. No entanto, pode não ser a melhor maneira de comunicar aquilo que cada um pretende, em todos os casos. “As informações relevantes para um diretor de marketing são diferentes das que importam a um CEO”, diz Adas.
Saber priorizar de acordo com o contexto pode fazer toda a diferença no impacto que sua apresentação causará”.
6. Não espere que sua apresentação venda
“Raramente alguém fecha um negócio logo depois de ouvir a apresentação”, diz Adas. Segundo ele, um processo de venda – seja literalmente comercial, seja a aprovação de uma ideia – tem várias etapas. “Você precisa ter consciência de em que etapa está para atingir os objetivos necessários para avançar para a próxima.”
FONTE: Época Negócios