Mercado de palestras movimenta R$ 100 milhões por ano no Brasil

palestra-3

[25-09-2015]

Cachê por uma hora e meia de encontro varia entre R$ 5 mil e R$ 250 mil. 

Empresas do país devem aumentar em 15% os investimentos no setor.

O mercado de palestras está em alta no Brasil. As empresas planejam aumentar em 15% os investimentos em treinamento e desenvolvimento este ano. É o que aponta uma pesquisa da ABTD, MOT e da revista T&D. O percentual é bem maior que as previsões de crescimento da economia.

Mas, apesar de atraente, o mercado exige, em média, cinco anos para que os palestrantes fiquem conhecidos e ganhem dinheiro. “As pessoas têm que ter alguma coisa diferente. Dificilmente, se ela não criar um diferencial, ela vai sobressair”, aponta Ana Thikomiroff, presidente da Palestrarte.
Estimativas apontam que a indústria do discurso movimenta no mundo US$ 12 bilhões e, no Brasil, R$ 100 milhões por ano. Com a crise mundial de 2008, as empresas começaram a cortar o investimento em treinamento formal, como cursos de pós-graduação e MBA. As palestras surgiram, então, como alternativas para abordar assuntos específicos e motivar as equipes.

Bons oradores, por sua vez, deixaram de ver a atividade como um bico. O ex-capitão do Bope Paulo Storani é hoje o palestrante mais requisitado do país. Só no ano passado, ele fez 305 palestras. “Hoje, o mundo corporativo, que no Brasil já é extremamente competitivo, está demandando”, destaca.

Os perfis variam tanto quanto os cachês. O valor de uma palestra de uma hora e meia pode ir de R$ 5 mil a R$ 250 mil, caso do ex-presidente Lula, o palestrante mais caro do país. A média fica em torno de R$ 6 mil e apenas 15% das empresas pagam mais de R$ 8 mil. Nos Estados Unidos, o ex-presidente Bill Clinton faturou mais de US$ 89 milhões em palestras desde que saiu da Casa Branca, em janeiro de 2001.

As palestras são apenas o pontapé inicial de um objetivo corporativo maior. “A palestra em si não dá o resultado de uma grande mudança. Ela é o início de um processo”, avalia Ana Thikomiroff. Paulo Storani concorda. “Estamos falando de um conjunto de ideias que orientam as pessoas. É a vontade de aplicar aquilo que vai fazer a diferença”, afirma ele.

Fonte: Globo